Infelizmente não existe documentação que possa estabelecer uma real história do estilo.
Um dos mitos mais populares diz que suas idéias básicas foram elaboradas pela monja budista do templo Siu Lun (Shaolin), Ng Mui.
Devemos levar em conta que durante a Dinastia Ming (1368-1644) o Kung fu era praticado no templo Siu Lum no Sul da China, primeiramente como forma de exercício físico. Com a usurpação pelos manchus e o estabelecimento da Dinastia Ching, muitos patriotas de Ming buscaram refúgio de uma perseguição escondendo-se no templo Siu Lum, obtendo a ajuda dos monjes, que eram simpatizantes pela causa dos rebeldes.
Alguns monges, incluindo Ng Mui, eram na realidade rebeldes contra o poder da época e sendo assim, o templo Siu Lum constituía-se em uma ameaça ao soberano Ching.
Infiltrado dentro do templo, Ma Ning Yee, um traidor entre os monjes, forneceu informações ao imperador Ching, que formularia então um ataque ao templo, com várias tropas sendo enviadas com a missão de destruir o templo e exterminar os rebeldes.
Ng Mui viajou no anonimato, trabalhou como simples membro de uma companhia de ópera chinesa até chegar ao mosteiro Tai Lung, onde se fixou. Nesse mosteiro continuou sua prática budista e deu início à criação de um novo sistema de arte marcial baseado em movimentos circulares pequenos e movimentos em linha reta, levando em conta a formação óssea, muscular, ligamentos e tendões; somando-se a um estado do corpo relaxado, que possibilita estar mais sensível e apto a movimentos explosivos e do aproveitamento da força do adversário. Ng Mui incorporou características da garça e da serpente, tais como a agressividade; a percepção do espaço; a maneira precisa e o emboscar para a captura da presa.
Wong agrediu o pai da moça, ferindo-o gravemente, ameaçando levá-la à força.
Foi então que Yim Wing Chun buscou auxílio junto a Ng Mui, que decidiu ensinar-lhe o sistema de luta que havia criado.
Yim Wing Chun continuou a treinar com Ng Mui até que esta decidiu viajar novamente. Depois que Ng Mui partiu, Yim Wing Chum revisou as técnicas aprendidas e codificou-as. Durante esse tempo, Yim Wing Chun também aprendera a usar as facas borboletas (Pa Tzan do), porém o uso destas facas já existentes e utilizadas no estilo de Shao Lim sofreu adaptações no Wing Chun, provavelmente com associações ao uso de um tio de Yim Wing Chun, o qual era açougueiro, e do qual utilizava longas e largas facas. Yim Wing Chun incorporou os movimentos de pulso para executar os ataques de corte com a lateral da faca.
Mais tarde, Yim Wing Chun casou-se com quem estava comprometida, Leung Bok Chau.
Leung Bok Chau também praticava artes marciais, mas achou que a habilidade da mulher era muito superior aos estilos conhecidos e quis praticar o sistema dando-lhe o nome de “Wing Chun”, em homenagem à esposa.
Leung Bok Chau tinha um amigo, Wong Wah Bo, que era ator numa companhia de ópera chinesa e a quem ensinou o sistema Wing Chun incluindo o aprendizado das facas borboletas. Certo dia, quando Wong Wah Bo praticava com as facas, um empregado da companhia de ópera chamado Leung Yee Tai passou a observá-lo atentamente. Leung Tai era um especialista no uso do bastão longo (instrumento que era utilizado para empurrar os juncos que transportavam os atores e também manipulado como terrível arma), Leung Yee Tai aprendera técnicas de bastão com um dos monjes que houvera escapado do templo Shao Lin, Chi Shin, um perito nas técnicas de bastão.
Leung Yee Tai indagou a Wong Wah Bo se este aceitaria ter com ele uma luta de caráter amistoso para verificarem quem era melhor com suas respectivas armas. Depois de trocarem técnicas, quando ambos puderam apreciar a grande habilidade que cada qual possuía, optaram por um intercâmbio de técnicas. A partir de então Wong Wah Bo incorporou o luk dim bun kwan (bastão longo) ao sistema Wing Chun. Completava-se então o sistema Wing Chun, fazendo parte o aprendizado das facas e do bastão.
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